a este espaço que preparei para ti com tanto carinho.

Fico muito feliz por te ter desse lado e quero agradecer-te por estares aí, por quereres saber um pouco mais sobre mim e sobre a minha história.

A história de uma mulher igual a ti: real, humana e perfeita na sua imperfeição.

A história de amor mais bonita que vivi até hoje – aquela em que aprendi a amar-me – e que partilho contigo na esperança de que ressoe no teu coração e te mostre que nunca é tarde para construirmos uma vida abundante, feliz e recheada de amor, de dentro para fora.

Nasci em Faro, no dia 2 de Dezembro de 1989, e foi lá que cresci com os meus pais nos meus primeiros anos de vida.

Era uma menina alegre, curiosa e criativa que vivia cada minuto intensamente. Adorava cantar, dançar e brincar com as minhas Barbies. Entretinha-me a copiar as letras das revistas lá de casa apesar de não saber o que significavam, e era capaz de passar horas a ouvir as conversas entre adultos, a fazer perguntas inconvenientes e a envergonhar os meus pais com os meus comentários e opiniões (demasiado) sinceras.

E assim, até aos 5 anos de idade, fui uma menina confiante, sorridente e feliz.

Aos 5 anos entrei na escola primária e mudei-me para Chaves com a minha mãe e a minha irmã mais nova, onde vivemos com os meus avós maternos durante 2 anos.

Foi aqui que tudo começou a mudar.

Apesar de adorar os meus avós, sobretudo o meu avô, com quem tinha uma relação muito especial, sentia falta do meu pai, que estava a mais de 700km de distância, e da minha mãe, que por motivos profissionais passava muito pouco tempo connosco. Na escola era gozada e agredida constantemente e era raro o dia em que não chegava a casa com os collants ou calças rasgadas. Os dentes começaram a cair e os sorrisos tornaram-se menos frequentes. Os meus cabelos compridos de que tanto gostava deram lugar a um corte de cabelo “à tigela” que odiava. As minhas roupas tornaram-se apertadas, não porque tivesse crescido particularmente mas porque os lanches gulosos que o meu avô preparava para mim me fizeram ganhar alguns quilos a mais.

Sentia-me sozinha, feia e gorda, e o chão por debaixo da cama tornou-se no meu refúgio preferido, onde me escondia da imagem que os espelhos me devolviam.

A minha mãe, apesar de na altura pouco presente fisicamente, percebeu que algo não estava bem e foi com ela que dei os meus primeiros passos no universo da autoestima e do amor-próprio. Recebi apoio de uma psicóloga durante algum tempo e as minhas leituras, que entretanto se haviam tornado no meu hobbie favorito, passaram a contemplar cada vez mais estes temas.

Aos 7 anos regressei com a minha mãe e a minha irmã para junto do meu pai, em Faro, e durante os dois anos que se seguiram a conjuntura melhorou um pouco: a minha família voltara a reunir-se, adaptei-me bem à nova escola e criei novas amizades.

Quando mudei de escola, no 5º ano, os meus fantasmas regressaram.

Voltei a ser humilhada, agredida e colocada de parte pelos meus colegas pelo facto de ser boa aluna, gordinha e não usar as roupas e acessórios da moda.

Considerava-me um autêntico patinho feio. Sentia vergonha de mim, da minha imagem, do meu corpo, e acreditava que nunca seria tão magra, bonita e interessante como as outras meninas; sentia que não fazia parte, que ninguém me via ou ouvia verdadeiramente, que ninguém gostava de mim tal e qual como era.

Pouco depois os meus pais separaram-se, perdi o meu avô, e o meu amor-próprio, já de si tão frágil, resumiu-se a praticamente nada.

As circunstâncias levaram a que tivesse de crescer muito rápido e que aos 11 anos assumisse responsabilidades que nenhuma criança deveria ter de assumir. Confesso que durante muito tempo vivi zangada com os meus pais por isso. Hoje sei que eles fizeram o melhor que podiam e sabiam e agradeço por ter sido assim; caso contrário não seria quem sou, não estaria onde estou, não teria tido a oportunidade de transformar as minhas feridas e vivências naquela que hoje é a minha missão e que me permite mudar as vidas das mulheres que procuram a minha ajuda.

Mas até chegar aqui houve todo um percurso, longo e acidentado, que tive de percorrer.

Aos 13 anos mudei mais uma vez de cidade com a minha mãe e a minha irmã, desta vez para Vila Real, Trás-os-Montes. Pela primeira vez senti que aquelas pessoas falavam a mesma língua que eu, que me compreendiam e aceitavam.

Ainda assim, a minha falta de amor-próprio manteve-se durante toda a minha adolescência, manifestando-se no entanto de outras formas.

Na dedicação, rigor e espírito crítico nos estudos. Na necessidade de aprovação e validação dos meus amigos e colegas. Na rebeldia e desafio constante em relação à minha mãe. Nas fugas de casa durante a noite, no consumo de álcool e drogas como forma de ser aceite e enebriar a solidão e tristeza que sentia. Nas horas que passava no parapeito da minha janela a escrever poemas e textos que jamais ousaria partilhar com alguém. Na procura incessante por uma relação que preenchesse o vazio que existia em mim e me fizesse sentir tudo aquilo que eu mais desejava: que era bonita, que era importante, que era aceite, que era amada, que pertencia e que estava segura ali.

Recordo-me de me olhar ao espelho, para a imagem da menina-mulher em que me tornara e que aparentemente tinha tudo o que precisava para ser feliz, mas que por detrás da alegria, confiança e independência que mostrava ao Mundo, continuava a sentir-se o patinho feio, gordo, desdentado e de cabelo à tigela que se escondia debaixo da cama.

Os anos passaram, licenciei-me em Direito na Faculdade de Direito de Coimbra, especializei-me em Direito Internacional e Relações Internacionais na Faculdade de Direito de Lisboa e exerci advocacia durante alguns anos.

Entre o último ano da licenciatura, em 2011, e o ano em que abandonei a minha carreira como advogada, em 2016, enfrentei uma depressão e um distúrbio alimentar que evidenciaram ainda mais o desprezo e desconsideração que sentira para comigo, para com o meu corpo, para com a minha vida durante tanto tempo.

Sentia-me quase sempre triste, frustrada e profundamente insatisfeita, mas não sabia o que fazer de diferente. Procurei respostas em novas casas, cidades, empregos, roupas, sapatos, amigos e relações, mas o vazio apenas se expandia a cada nova investida.

Então acabei por concentrar a minha atenção no meu corpo físico; de certa forma, acreditava que a alimentação e o exercício físico eram as únicas partes da minha vida que conseguia controlar e que dependiam apenas de mim.

Os comentários sobre o quão magra eu estava tornaram-se nos melhores elogios que poderia receber, os quilos que perdia tornaram-se nas minhas grandes vitórias, os serões a ver “Anatomia de Grey” e a devorar bolos e batatas fritas tornaram-se na minha fonte de conforto (e culpa, e vergonha).

Ninguém sabia o que realmente se passava porque me tornara perita, desde os 11 anos, em fazer de conta que estava tudo bem, que eu estava bem, apesar de destruída por dentro.

No final de 2015, pouco antes de completar os 26 anos, a máscara caiu.

Um dia, depois de sair do escritório de advogados em que trabalhava, cheguei a casa e deixei-me simplesmente cair aos pés da minha cama. Chorei durante muito tempo, até não restar mais nada. Arranhei os meus braços magros e amarelados, sem consciência do que estava a fazer.

E foi ali que, por fracções de segundo, que tive o meu primeiro pensamento suicida.

Este momento, o que senti, pensei e fiz a mim mesma foi o meu alerta. Sabia que dali para a frente o caminho não seria nunca promissor e que tinha de pedir ajuda o mais rapidamente possível.

Nesse dia…

Decidi mudar o rumo da minha história.

Procurei ajuda profissional, abandonei a carreira na advocacia, investi em novos interesses, livros, formações e cursos que me ajudassem a superar aquela fase menos boa e  a encontrar o meu caminho. Conheci pessoas maravilhosas que me apoiaram, incentivaram e acreditaram em mim. Emigrei para Inglaterra, sem certezas de nada mas com esperança de o Universo tomaria conta de mim; e tomou.

Fiz as pazes com a comida, com o espelho, com as partes do meu corpo de que não gostava, com as pessoas que me magoaram, com as circunstâncias e acontecimentos que não eram como eu desejava.

Fiz e vou fazendo, todos os dias; porque aprendi que gostar de mim e ser feliz é uma escolha e que eu tenho o direito, o poder e a responsabilidade de cuidar de mim, todos os dias, da melhor forma que sei e posso a cada momento.

Durante o período em que vivi em Inglaterra mergulhei profundamente nas áreas do Desenvolvimento Pessoal, do Amor-próprio e dos Relacionamentos Amorosos.

Num primeiro momento por necessidade, por compreender o quão importante era investir no meu autoconhecimento, curar a minha relação comigo mesma e por consequência a forma como vivia os meus relacionamentos, sobretudo amorosos.

Conforme fui seguindo por este caminho, e partilhando as minhas experiências e descobertas na minha página de Instagram (Acompanha-me aqui), percebi que não era a única a passar por estes desafios e que queria colocar-me ao serviço de outras mulheres, guiando-as nos seus próprios processos de cura e transformação pessoal.

Assim, enquanto mantinha o meu emprego no departamento financeiro de uma empresa em Inglaterra, concluí a minha formação em Coaching Transformacional e Eneagrama e lancei o meu negócio como Coach Transformacional e Mentora. (Conhece o meu percurso profissional)

No dia seguinte ao lançamento, falei com o meu chefe e despedi-me. Ainda não sabia o que o futuro me reservava mas acreditava profundamente que o amor que colocara naquele projecto traria até mim as pessoas certas. Mais uma vez, a minha fé não me desiludiu.

Transformei as minhas feridas em mais do que um emprego: na minha vocação, na minha missão. E desde então tenho transbordado as minhas vivências, conhecimentos e ferramentas que fui adquirindo nas minhas formações, cursos, workshops e retiros para o meu trabalho com outras mulheres.

Foi, e está a ser, a caminhada mais bonita e reveladora que alguma vez imaginei viver.

Foi ela que me ensinou que este corpo que eu repudiava é a casa que abriga, protege e mantém vivo o meu espírito, a minha essência, a minha capacidade de amar e esperança inabalável.

Foi ela que me mostrou que não há nem nunca houve nada de errado com nenhuma parte de mim, e que quando eu aceito quem sou o Mundo à minha volta passa a aceitar-me também.

Foi ela que me trouxe de volta a mim, e me traz de volta sempre que perco o meu Norte.

Hoje estou aqui, não como um ser iluminado e perfeito sem questões por resolver, mas como uma mulher real em constante crescimento, orgulhosa do meu percurso, em paz comigo, confiante em quem sou, no que tenho para dar, no que quero e mereço receber.

E feliz, acima de tudo feliz, porque sei que aconteça o que acontecer estarei sempre aqui, a torcer e a zelar por mim.

Se te identificaste com ela, ou com partes dela, quero que saibas que não estás sozinha.

Que não existe nada de errado em ti.

Que nunca é tarde para assumirmos as rédeas das nossas vidas e que tu tens o direito, o poder e a responsabilidade de co-criares a vida dos teus sonhos.

Que o amor é e sempre será o teu melhor GPS, e que todas as escolhas que fizeres por amor a ti te conduzirão sempre às respostas, lugares e pessoas certas.

Sê bem-vinda

A este espaço seguro onde as tuas partilhas serão sempre recebidas com amor, respeito e compaixão.

A este abraço gentil que te acolherá tal como és.

A esta mão disposta a segurar na tua.

A este lugar bonito em que os nossos caminhos se cruzaram e onde desejo, com todo o meu coração, que encontres as respostas que procuras, um amor profundo e incondicional por todas as partes de ti, e a confiança e coragem necessárias para nunca desistires de ser feliz.

Vamos caminhar juntas?

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